É meus amigos! Estamos passando por um momento único na história, e eu só fico imaginando as futuras gerações (netos, bisnetos, etc.) lendo sobre a pandemia do Novo Corona Vírus, assim como hoje, podemos ler sobre pandemias anteriores, como a Gripe Espanhola ou a Peste Negra, entre outras.
Embora, quando lemos hoje sobre essas histórias, existe uma certa distância, uma certa frieza, não é possível imaginar de fato o que aquelas pessoas viveram, as suas ansiedades ou a sua realidade. A distância temporal, não nos permite ter total empatia com as sensações e emoções do povo daquela época, pois o sistema cultural estabelecida era completamente diferente.
Nós sabemos e conhecemos muito bem quais são os nossos desafios de passar por uma pandemia nos tempos de hoje, um mundo totalmente conectado, em que a atitude de uma pessoa ou cultura pode afetar sobremaneira as demais pessoas de todo o planeta. A ansiedade gerada por um mundo em que tudo é tão rápido, agora tendo que se acostumar com o ter tempo, com o ócio. A privação de um toque, de uma abraço em uma sociedade como a nossa em que adoramos tocar uns aos outros. A impossibilidade de tomar aquele cafezinho com os companheiros de trabalho. A privação de sol, já que quase todos hoje vivemos neste tipo de “puleiro” para pessoas chamados apartamentos. Entre muitas outras situações que estão nos trazendo ansiedade.
Eu há alguns anos estava assistindo aquele filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, um clássico do cinema francês, naquela época esse filme me levou a algumas reflexões que agora fazem ainda mais sentido, vou contar para vocês e quem sabe pode ser útil para vocês! Amélie Poulain tinha uma vida pacata e estava sempre observando seus vizinhos pela janela, com estas observações ela tomava consciência dos hábitos e dos pequenos prazeres dos seus vizinhos. Quando ela quis se vingar de uma pessoa, ela simplesmente fez pequenas mudanças dentro do apartamento daquela pessoa, mudanças que quebraria seu ritual, algo que lhe causava prazer, e mesmo que estas mudanças não fossem perceptíveis para uma pessoa qualquer, para aquela pessoa, uma simples mudança gerava um enorme nível de ansiedade.
Hoje fazem mais de trinta dias que estou em casa fazendo home office, e neste tempo acabei tendo algumas reflexões que gostaria de compartilhar com vocês. Reclamávamos de não ter tempo e agora que temos tempo, ficamos perdidos com o que fazer com esse tempo, então acabamos nem conseguindo fazer aquelas coisas que gostaríamos de fazer, tamanha a ansiedade em que nos encontramos. É neste momento que quero entrar com a questão dos pequenos prazeres, o que seriam esses pequenos prazeres?
Exemplos de pequenos prazeres: o cheiro do café que se espalha pela casa, a sensação da cama fofinha quando deitamos nela, o sol que bate pela janela aquecendo o seu rosto e corpo, o som dos pássaros cantando, as cores do céu no momento do pôr do sol, o sorriso de alguém amado, o ronronar do seu gato, o balançar do rabo do seu cachorro, o peso das gotas do chuveiro tocando no seu crânio e massageado, as sensações indescritíveis de uma casa limpa, os aromas e paladares despertados pelo seu prato favorito, aquela plantinha que você cuida com todo o amor e finalmente está florescendo.
Bem esse são apenas alguns exemplos que pude imaginar. E lembre-se quando estiver ansioso, tente se lembrar dos pequenos prazeres, sinta a textura da sua roupa de cama, aproveite de verdade o seu banho, aí então, você perceberá o quão abençoado é e o quanto o Universo te oferece dentro da sua própria casa. Lembre-se também que existem pessoas que não possuem nem água limpa, mas mesmo assim ainda existirá a natureza. Então seja grato e se dê conta de que os pequenos prazeres estão aí para todos. Preste atenção e tome consciência!
É isso que eu queria compartilhar hoje!
Grande beijo no coração de todos. Di.